A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma doença respiratória altamente contagiosa que volta a preocupar autoridades de saúde no Brasil e no mundo.
Apesar de ser prevenível por vacina, o número de casos vem crescendo nos últimos anos, exigindo atenção e medidas de conscientização.
Quais são os sintomas da coqueluche?
Coqueluche causa principalmente uma tosse característica que é seca intercalada pela ingestão de ar o que provoca uma espécie de guincho ou chiado. Pode causar ainda febre baixa corrimento nasal lacrimejamento, entre outros sintomas. A tosse se intensifica gradativamente, podendo se tornar espasmódica e acompanhada de vômitos. Em casos severo, a doença pode levar à pneumonia e outros problemas respiratórios
É uma doença especialmente grave em crianças menores de 1 ano, não vacinadas ou que ainda não puderam completar o esquema de 3 doses que se inicia aos 2 meses de vida. Em adolescentes e adultos, a coqueluche pode facilmente se confundir com outras doenças respiratórias comuns, como gripes e resfriados e falta de diagnóstico preciso, pode favorecer a transmissão.
Qual a situação atual da coqueluche?
Países desenvolvidos como Estados Unidos e nações da Europa registram um ressurgimento significativo da doença. Na Europa de janeiro a março foram registrados cerca de 32000 casos de coqueluche em 2024.
O Brasil também enfrenta um aumento de casos a partir de 2020, intensificado em 2023 e 2024. Em alguns estados a situação é mais alarmante, São Paulo concentra o maior número de casos no país, com um aumento de 768,7% nos primeiros cinco meses de 2024 em relação ao mesmo período de 2023.
Como é o esquema de vacinação e onde encontrar a vacina?
Bebês e crianças menores
Devem ser vacinados aos 2, 4 e 6 meses, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos.
Em crianças menores de 2 anos a vacina da coqueluche esta contida nas vacinas hexavalente e pentavalente (acelular – no serviço privado, ou celular – no serviço público).
A vacinação pode ser realizada nos serviços públicos ou privados nessa população.
Crianças e adolescentes a partir de 10 anos.
Realizar uma dose de dTpa (difteria tétano e coqueluche) a cada 10 anos a partir da última dose.
No caso de crianças não vacinadas, um esquema completo de vacinação deve ser iniciado.
A vacinação pode ser realizada nos serviços privados nessa população, no público a vacina de reforço é a dT (difteria, tétano), que não contêm o componente da coqueluche.
Adultos e idosos.
Uma dose de dTpa (difteria tétano e coqueluche) a cada 10 anos.
No caso de adultos e idosos não vacinadas, um esquema completo de vacinação deve ser iniciado.
A vacinação pode ser realizada nos serviços privados nessa população, a vacinação contra a coqueluche nos serviços públicos em adultos em idosos está reservada apenas para populações especiais, como profissionais de saúde.
Gestantes
As gestantes devem receber uma dose de dTpa, sendo que a dTpa a partir da 20ª semana de gestação. Essa medida deve ser realizada em toda gestação.
Essa medida ajuda a proteger especialmente os bebês menores de 6 meses, já que ame vacinada irá passar anticorpos (defesa) através da placenta, protegendo a criança no período mais vulnerável as formas graves.
A vacinação pode ser realizada nos serviços públicos ou privados nessa população.
Viajantes
Considerando o cenário atual de grande distribuição de caso da coqueluche em vários países do mundo, é importante garantir a proteção de quem vai viajar. Temos que levar em consideração ainda, a grande chance de aglomeração que favorece a Transmissão de doenças respiratórias. O viajante deve estar com a vacinação em dia contra coqueluche seguindo os esquemas já mencionados de acordo com a idade.
Para uma proteção adequada, a vacina deve ser iniciada o quanto antes, no período de programação da viagem.
A vacinação pode ser realizada nos serviços privados nessa população.
Situações especiais
A Estratégia “Cocoon”, também conhecida como “casulo”, é uma medida de proteção adicional contra a coqueluche em bebês. A estratégia consiste em vacinar as pessoas que têm contato frequente com os bebês, como pais, irmãos, avós, tios, padrinhos, babás, profissionais de saúde e da educação, para evitar a transmissão da doença no período de maior vulnerabilidade das crianças.
Além da vacinação, outras medidas podem auxiliar na prevenção da coqueluche:
Lavar as mãos com frequência;
Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
Evitar contato próximo com pessoas doentes;
Manter ambientes ventilados.
Algumas considerações.
A coqueluche representa um risco à saúde pública no Brasil e no mundo. A vacinação é fundamental para o controle da doença, e deve ser feita de acordo com o calendário vacinal recomendado. Medidas de higiene e isolamento de doentes também são importantes para prevenir a transmissão