À medida que a idade avança, o sistema imunológico se modifica, tornando-nos mais suscetíveis a algumas doenças e infecções. As vacinas desempenham um papel crucial na proteção contra doenças evitáveis, propiciando um envelhecimento saudável.
Existem recomendações específicas de vacinas que são altamente benéficas para indivíduos nessa faixa etária. Neste texto, abordaremos vacinas essenciais recomendadas pelas principais diretrizes de imunizações para garantir a saúde e o bem-estar de quem passou dos 50.
Vacina Herpes Zoster:
O herpes zoster, conhecido também como “cobreiro”, é causado pela reativação do vírus varicela-zoster. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) recomenda enfaticamente que indivíduos com 50 anos ou mais recebam a vacina contra herpes zoster. A vacina reduz efetivamente o risco de desenvolver herpes-zoster e neuralgia pós-herpética, uma condição dolorosa que pode ocorrer após um episódio de herpes-zoster. Como existem duas vacinas atualmente disponíveis, abaixo listamos algumas dicas valiosas na hora de vacinar contra o zoster.
A Shingrix®, uma vacina relativamente nova, oferece várias vantagens significativas sobre a vacina antecessora Zostavax®, quando se trata de prevenir herpes-zoster e complicações relacionadas. Maior eficácia: A Shingrix® demonstrou eficácia superior em comparação com Zostavax®. Estudos mostraram que Shingrix® é mais de 90% eficaz na prevenção de herpes, independentemente da idade, e permanece altamente eficaz para indivíduos com mais de 70 anos. Proteção mais duradoura: Shingrix® fornece proteção duradoura, a vacina demonstrou manter alta eficácia por pelo menos quatro anos após a vacinação. Em contraste, a eficácia do Zostavax diminui com o tempo e sua proteção diminui significativamente após o primeiro ano. Faixa etária mais ampla: Shingrix® no Brasil é recomendada para uso em adultos com 50 anos ou mais, podendo ser usada em pessoas com mais de 18 anos com algumas condições de saúde específicas, enquanto Zostavax® está recomendada a partir dos 60 anos. Risco reduzido de neuralgia pós-herpética: A Shingrix® demonstrou eficácia superior na prevenção da neuralgia pós-herpética, uma complicação comum e frequentemente debilitante do herpes zoster caracterizada por dor persistente no local das lesões, mesmo após um longo período, podendo persistir por anos. Possibilidade de uso em pessoas com baixa imunidade: A Shingrix® é uma vacina inativada e, portanto, não contém vírus e sim partículas capazes de ativar o sistema imunológico, mas incapazes de causar infecção, enquanto a Zostavax® composta por vírus enfraquecidos, apesar de um bom perfil de segurança, não deve ser usada por pessoas com alguns problemas de imunidade e/ou em uso de algumas medicações.
Em resumo, Shingrix® oferece vantagens sobre Zostavax® incluindo maior eficácia, proteção mais duradoura, faixa etária mais ampla, risco reduzido de complicações como neuralgia pós-herpética, esquema de duas doses e boa tolerabilidade. Isso não significa que a Zostavax®, em caso de indisponibilidade da Shingrix®, não deva ser utilizada. Melhor se proteger com a vacina do que não se imunizar. Além disso, mesmo quem já se vacinou anteriormente com a Zostavax®, pode se beneficiar de um novo esquema vacinal com a Shingrix®, devendo apenas aguardar um intervalo de 2 meses entre as duas vacinas.
Esquema de doses: Shingrix® é administrado em duas doses, com a segunda dose administrada dois a seis meses após a dose inicial.
Efeitos adversos: Os eventos mais comuns são geralmente leves e transitórios, incluindo dor no local da injeção, fadiga, dor muscular e dor de cabeça. Esses efeitos colaterais geralmente são temporários e desaparecem por conta própria
Vacina contra a gripe:
A vacina contra a influenza, comumente conhecida como vacina contra a gripe, é recomendada em todas as idade incluindo pessoas com mais de 50 anos. Os adultos com mais idade possuem um risco maior de complicações graves e hospitalização decorrentes da gripe, tornando esta vacina uma medida preventiva essencial. A SBIM orienta que os indivíduos recebam a vacina contra influenza anualmente, pois as cepas do vírus podem mudar a cada ano. Ao manter-se atualizados com as vacinas contra a gripe, os indivíduos podem reduzir significativamente o risco de complicações relacionadas à doença.
Se você já passou dos 60, uma nova vacina com ainda maior proteção contra a gripe, conhecida como Vacina Influenza quadrivalente de alta concentração (influenza high dose, HD4V), a Efluelda® (nome comercial), foi licenciada e já está disponível na rede privada. Se quiser saber mais sobre a vacinação contra a gripe acesse o nosso post sobre o assunto.
As infecções pneumocócicas, como pneumonia, meningite e infecções da corrente sanguínea, podem ser graves, especialmente em crianças pequenas e em adultos com mais idade. A SBIM recomenda, a partir dos 60 anos, duas vacinas para proteger contra a doença pneumocócica: a vacina pneumocócica conjugada (PCV13) e a vacina pneumocócica polissacarídica (PPSV23). A vacina PCV13 é normalmente administrada primeiro, seguida pela vacina PPSV23 após um intervalo de 6 a 12 meses. Essas vacinas reduzem significativamente o risco de infecções pneumocócicas e suas complicações associadas.
Vacina contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa):
A vacina dTpa oferece proteção contra tétano, difteria e coqueluche (tosse comprida) e a SBIM sugere que uma dose a cada 10 anos para quem já possui o esquema vacinal completo. Essa vacina não apenas protege o indivíduo, mas também ajuda a prevenir a transmissão da coqueluche a pessoas vulneráveis, especialmente crianças abaixo de 12 meses.
Vacinação contra COVID-19:
Em resposta à pandemia global de COVID-19, a SBIM defende fortemente a vacinação contra COVID-19 em indivíduos com 50 anos ou mais. As vacinas COVID-19 provaram ser seguras e eficazes na prevenção de doenças graves, hospitalização e morte causadas pelo vírus SARS-CoV-2. A vacinação não apenas protege os indivíduos, mas também contribui para a saúde da comunidade em geral, reduzindo a propagação do vírus.
As vacinas são um componente essencial da saúde preventiva para indivíduos com mais de 50 anos. Aderindo às recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIM, podemos reduzir significativamente o risco de doenças imunopreveníveis e suas complicações associadas. É importante que as pessoas consultem seus profissionais de saúde para recomendações personalizadas.