Em 2022, uma infecção viral ganhou destaque mundial: a Mpox, antes conhecida como varíola dos macacos. O que começou com surtos localizados, logo se espalhou por diversos países, incluindo o Brasil. Em julho de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o mais alto nível de alerta. No entanto, com a queda nos casos ao redor do mundo, o status de emergência foi rebaixado em maio de 2023.
Agora em 2024 a Mpox volta a preocupar, enquanto fora da África o vírus apresenta uma baixa transmissão, uma nova variante se espalha rapidamente em países como a República Democrática do Congo, onde quase 14 mil casos e 450 mortes foram registrados este ano, de acordo com o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças.
Mas afinal, o que é a mpox?
Trata-se de uma zoonose viral, ou seja, uma doença transmitida aos humanos inicialmente por animais, como roedores e macacos, mas que atualmente com frequência é transmitida de pessoa a pessoa. Antes de 2022, a mpox era restrito a áreas florestais da África Central e Ocidental. Contudo, o cenário mudou, e a doença agora é uma preocupação global. No Brasil, embora o número de casos tenha caído desde o auge entre 2022 e 2023, surtos continuam a ser detectados, principalmente nas grandes cidades.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão da mpox ocorre principalmente por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva. Objetos como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente podem favorecer a transmissão. O contágio por meio de gotículas requer contato próximo e prolongado entre o paciente infectado e outras pessoas, o que torna trabalhadores da saúde, familiares e parceiros íntimos, pessoas com maior risco de infecção.
Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.
E como é a doença?
O período de incubação do Mpox, ou seja, o tempo entre o contato com o vírus e o surgimento dos primeiros sintomas, varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Os sintomas começam com febre e, logo depois, surgem erupções na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo. As lesões variam em quantidade, podendo ir de poucas a milhares, e, com o tempo, formam crostas que secam e caem.
Com é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da mpox é feito por meio de testes laboratoriais. Todos os pacientes com suspeita da doença devem realizar o teste laboratorial. As amostras para análise são coletadas, de preferência, da secreção das lesões ativas. Se as lesões já estiverem secas, as crostas são utilizadas como material para o exame. Essas amostras são enviadas para laboratórios de referência em todo o Brasil para garantir um diagnóstico preciso.
Existem vacinas?
Sim, porém há baixa disponibilidade desses imunizantes no mundo e as autoridades de saúde têm priorizado a imunização de grupos de maior risco.
Vacina Pré- Exposição:
Indicada para pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA): homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses. Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.
Vacina Pós- exposição:
Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.
Uma curiosidade importante é que pessoas que foram vacinadas contra a varíola antes de sua erradicação, na década de 1980, podem ter alguma proteção contra a mpox. No entanto, o grau de proteção cruzada da vacinação contra a varíola na infância e a mpox precisa ser mais bem estudado.
Se não posso me vacinar, como me proteger?
Além da vacinação, campanhas educativas foram reforçadas. O foco é a prevenção e o diagnóstico precoce, principalmente nas comunidades mais afetadas. Medidas como o isolamento de casos confirmados e o rastreamento de contatos têm sido fundamentais para interromper as cadeias de transmissão.
É recomendado evitar contato direto com pessoas que estejam com suspeita ou confirmação da doença. Quando o contato for necessário – como no caso de cuidadores, profissionais de saúde, familiares próximos ou parceiros – é essencial usar equipamentos de proteção. Quem estiver com suspeita ou diagnóstico confirmado deve se isolar imediatamente, além de evitar compartilhar itens pessoais até que o período de transmissão termine.
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